Ubatã celebra 72 anos e marca 40 anos do hino municipal de Ramos Feirense

Série Ubatã 72, parceria do Interiorano, Rádio Povo e Wesley Faustino, chega ao 2º capítulo com os símbolos de 1985.

Por Garcia Junior - Interiorano
23/09/2025 21h06 - Atualizado há 2 dias
Ubatã celebra 72 anos e marca 40 anos do hino municipal de Ramos Feirense
Ramos Feirense, autor do Hino de Ubatã

Ubatã chega aos 72 anos de emancipação com um marco redondo: o hino municipal completa quatro décadas. A letra e a música, de Ramos Feirense, entraram na história local em 29 de junho de 1985, quando a Lei nº 202 oficializou o conjunto de símbolos do município.

Segundo o historiador Wesley Faustino a iniciativa ocorreu no primeiro mandato do prefeito Almenísio Braga Lopes, Miu (1983–1988). O pacote cívico reuniu bandeira, brasão e hino. As cores azul, vermelho, branco e amarelo reforçam a identidade do território, a devoção à padroeira, Nossa Senhora da Conceição, e o cacau como vetor econômico.

Desde então, a execução do hino se tornou rito em atos oficiais, escolas e eventos cívicos. Autor prolífico, Ramos Feirense compôs hinos para várias cidades. Em Ubatã, condensou três eixos: fé, natureza e trabalho.

A abertura — “Deus nas plagas do sul da Bahia / de Ubatã fez brilhante fanal” — eleva o município a farol simbólico. A imagem da “luz” indica vocação que ultrapassa limites locais.

O coro sustenta o tripé de valores — vida cristã, lazer e trabalho — num registro direto e popular. A segunda parte mira o território: “colinas e montes”, rios “em cantantes caudais” e “cacauais” em flor. É a topografia traduzida em identidade produtiva.

A metáfora da “canoa de rija madeira” resume o espírito de resiliência. A canoa atravessa “lagos da história”, com a bandeira desfraldada e o povo “cantando vitória”. Não há triunfalismo vazio: há a afirmação de quem venceu ciclos de crise sem perder o rumo.

O fecho retoma a matriz religiosa. Ao citar a Conceição e a passagem de Canaã — “Fazei tudo o que Cristo mandar” —, a composição aproxima tradição e cotidiano. A mensagem é simples: disciplina, solidariedade e esperança. Valores que sustentam a vida comunitária.

Quarenta anos depois, o hino preserva a força de origem. A letra permanece clara, sem erudição desnecessária, e conversa com gerações novas. Em tempos de mudanças rápidas, o símbolo cumpre um papel: ancorar memória, orientar o presente e projetar futuro.

Este é o 2º capítulo da série “Ubatã 72”, parceria editorial do Interiorano e da Rádio Povo com o pesquisador Wesley Faustino. A cada edição, um recorte histórico para entender de onde viemos e para onde vamos. (Interiorano)


FONTE: @reportergarciajunior
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