O município de Ubatã enfrenta um cenário que merece reflexão e ação imediata: a redução populacional identificada no Censo de 2022 e confirmada pelas estimativas do IBGE. Mais do que uma questão estatística, essa diminuição traz repercussões concretas para a economia local, a saúde pública e a representação política.
Segundo dados da Controladoria Geral da Prefeitura de Ubatã, a queda populacional já representou uma perda estimada em R\$ 3,5 milhões em receitas entre 2024 e 10 de setembro de 2025. Além disso, o Consórcio Público Interfederativo de Saúde da Região de Jequié (CPIRS-Jequié) reduziu de forma significativa as cotas de consultas e exames destinadas ao município, enquanto a Câmara de Vereadores poderá ter seu número de cadeiras reduzido nas eleições de 2032, passando de onze para o mínimo constitucional de nove.
✅ NOVIDADE: faça parte do canal do Interiorano no WhatsApp (clicando aqui).
Nos últimos 15 anos, a população caiu de 27 mil habitantes em 2010 para 15.839 em 2025. Esse recuo de 42% impacta diretamente na arrecadação de impostos, limitando a capacidade de investimento em infraestrutura e serviços essenciais. Forma-se assim um círculo difícil de romper: menos recursos significam serviços mais restritos, o que pode estimular a saída de moradores em busca de melhores condições em outros municípios.
A saúde pública é um dos setores mais atingidos. A lógica de alocação de recursos do CPIRS-Jequié, baseada na população, reduziu de 281 para apenas 80 os atendimentos em especialidades como ortopedia, cardiologia, ginecologia, endocrinologia, urologia, além de exames como ultrassonografia, mamografia, tomografia e ressonância magnética. Essa diminuição compromete diretamente o acesso da população ubatense a serviços básicos de saúde.
Diante dessa realidade, os vereadores Manoel Bonfim e Diêgo Magalhães (Avante) buscaram diálogo com o secretário da Casa Civil do Estado, Afonso Florençe, e protocolaram ofício junto à Secretaria Estadual de Saúde (Sesab). O pedido é para que sejam aplicadas medidas de transição nos mesmos moldes das que previstas na Lei Complementar nº 198/2023, que possibilitam mitigar gradualmente os impactos da queda populacional sobre as receitas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
O objetivo é claro: reduzir os efeitos imediatos da queda populacional e garantir que a população de Ubatã não seja privada de serviços essenciais. Mais do que números, trata-se de assegurar condições dignas de vida para quem permanece no município.
Por Wesley Faustino; historiador, pesquisador sobre a história da formação do município de Ubatã - politica e administrativa; autor do livro de contos contos " Causos imaginários e histórias que o vento não leva", especialista em Gestão Pública e Gestão Municipal e ex-vice-prefeito de Ubatã.
Alexandre Curriel, Controlador Geral do município de Ubatã; Diretor Conselheiro da União das Controladorias Internas Do Estado da Bahia; Graduado em Administração; Especialista em Administração pública municipal, Controladoria, licitações e contratos, Direito e Gestão das Cidades; autor dos E-books: Como elaborar um estudo técnico preliminar eficiente; Gestão Pública Eficiente e Transição de Governo Municipal - Guia Prático.