Um mês após triplo homicídio, laudos não ligam suspeito às vítimas

DNA de Thierry Lima não foi achado nos corpos nem nas facas; confissão isolada e dinâmica do crime mantêm dúvidas.

Por Garcia Junior - Interiorano
15/09/2025 09h56 - Atualizado há 2 horas

Um mês depois da morte de Alexsandra Oliveira Suzart (45), Maria Helena do Nascimento Bastos (41) e Mariana Bastos da Silva (20), a investigação segue sem prova material que vincule o principal suspeito diretamente à cena do crime. Exames do Departamento de Polícia Técnica (DPT), em Salvador, não detectaram DNA de Thierry Lima da Silva (23), nos corpos ou nas três facas analisadas. O resultado também foi negativo para outros três investigados.

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Segundo a apuração divulgada pelo Correio, o primeiro conjunto de laudos descartou violência sexual e não encontrou material genético de quatro pessoas (três homens e uma mulher) nas vítimas ou no local. Após a prisão de Thierry, em 25 de agosto, novo exame teve conclusão divulgada em 11 de setembro: novamente sem DNA dele ou dos demais nas amostras. 

No dia 12, a polícia remeteu novas coletas ao DPT. A dinâmica narrada — ação solitária com faca, suposto roubo de R$ 30 e três mortes no trajeto de caminhada — é vista como pouco plausível por peritos criminais ouvidos pelo jornal. Eles citam a ausência de cortes ou arranhões típicos de luta no autor em crimes com arma branca e a falta de material sob as unhas das vítimas. Imagens de câmeras mostraram três pessoas circulando perto do ponto onde os corpos foram achados; a polícia não informou se são suspeitas.

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O cachorro das vítimas foi encontrado amarrado a poucos metros. Em audiência de custódia, Thierry disse ter cometido o crime. Peritos ouvidos lembram que confissão, sem lastro pericial, não se sustenta sozinha (art. 155 do CPP) e pedem cautela, dado o cenário de pressão social. Em nota, a Polícia Civil disse aguardar a conclusão de todos os laudos genéticos e informou que o investigado — preso em flagrante por tráfico e com mandado por outro homicídio (da vítima Lucas dos Santos Nascimento) — permanece sob investigação, sem elementos conclusivos para excluí-lo. A PC acrescentou que outras pessoas também são investigadas e que as diligências seguem sob sigilo.

Enquanto não surgem evidências materiais — como arma efetivamente vinculada, digitais ou DNA —, o caso permanece um quebra-cabeça. A elucidação depende de exames pendentes, análise de vestígios, perícia em imagens e identificação de eventuais cúmplices. (Inteirorano)


FONTE: @reportergarciajunior
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