Eduardo Bolsonaro anuncia afastamento e vai aos EUA pressionar por anistia e contra Moraes

Deputado diz que luta por liberdade de expressão e contra “perseguição política”. Pedido de licença ainda não foi protocolado na Câmara.

Por Garcia Junior - Interiorano
18/03/2025 17h11 - Atualizado há 17 horas
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Em vídeo publicado nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou ter tomado a “decisão mais difícil” de sua vida ao optar por se licenciar do mandato na Câmara para permanecer nos Estados Unidos. O deputado diz que buscará apoio do governo Donald Trump pela anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e tentará articular sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Eduardo ainda não é alvo de investigação, mas diz ser vítima de perseguição política. A Procuradoria-Geral da República avalia pedido para que ele tenha o passaporte retido. Até o momento, a licença não foi oficializada na Câmara. (Interiorano)

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou nesta terça-feira (18) que vai se licenciar do mandato parlamentar para dedicar-se, nos Estados Unidos, à defesa de anistia aos acusados pelos atos golpistas de 8 de janeiro no Brasil e à pressão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

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Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Eduardo declarou que a decisão foi "a mais difícil da sua vida" e justificou sua saída como uma forma de resistência ao que classificou como "regime de exceção" no país. Ele diz que será julgado por "um inimigo declarado" e voltou a atacar Moraes, chamando-o de "psicopata" e acusando-o de chefiar uma “polícia política”.

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Apesar das declarações, Eduardo Bolsonaro não é réu, nem investigado em processos relacionados aos ataques de janeiro de 2023. Parlamentares do PT solicitaram que seu passaporte fosse apreendido, o que depende de decisão do STF. Moraes pediu manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) antes de qualquer deliberação — o órgão ainda não se pronunciou.

A licença de Eduardo ainda não foi oficializada. Até às 14h30 desta terça, ele não havia protocolado o pedido na Câmara dos Deputados, e a autorização depende do aval do presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB).

De acordo com o blog da jornalista Natuza Nery, do G1, a decisão de se afastar do mandato ocorreu após Valdemar Costa Neto, presidente do PL, comunicar a Eduardo que ele não será indicado para presidir a Comissão de Relações Exteriores da Câmara. A conversa teria ocorrido no último domingo, mesmo dia em que Jair Bolsonaro participou de manifestação pró-anistia em Brasília, com público inferior ao esperado.

Durante evento na capital federal, Bolsonaro se emocionou ao comentar a decisão do filho e agradeceu a Donald Trump pelo apoio.

“Sei que ele continuará ao lado do Eduardo”, disse.

Desde a vitória de Trump em sua nova campanha presidencial, Eduardo visitou os Estados Unidos quatro vezes em pouco mais de um mês. Ele tenta mobilizar congressistas americanos e empresários aliados ao ex-presidente dos EUA para pressionar o Brasil por meio de denúncias de censura e abuso de autoridade.

Recentemente, o Departamento de Estado americano emitiu comunicado crítico às decisões do STF sobre plataformas como o X (antigo Twitter) e Rumble. Ambas as redes têm relação com o empresariado aliado a Trump, incluindo Elon Musk e a Trump Media, que acionaram a Justiça contra Moraes.

Nos EUA, Trump perdoou os envolvidos na invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, e suspendeu investigações contra seus aliados. Ele também nunca foi julgado por incitar os atos e sempre alegou, sem provas, fraude na eleição de 2020.

No Brasil, a situação jurídica de Jair Bolsonaro se agrava. No próximo dia 25, o STF analisará denúncia da PGR que pode torná-lo réu. O ex-presidente nega qualquer irregularidade. Eduardo, por sua vez, afirma que não está pedindo sanções econômicas contra o Brasil, mas foca na defesa do pai.

O deputado afirmou que seu mandato tem sido usado como “cabresto” para limitar sua atuação política.

“Seria mais fácil ficar calado, com bom salário, fingindo trabalhar pelos paulistas. Mas não aceitei esse chamado para ter conforto”, disse.

Nas últimas semanas, nomes do bolsonarismo nos EUA, como Paulo Figueiredo, incentivaram Eduardo a não retornar ao Brasil, temendo eventual prisão. Não há, até o momento, qualquer ordem judicial contra o deputado.

“Minha meta será ver Alexandre Moraes punido. Só volto ao Brasil quando ele for responsabilizado pelos abusos cometidos”, afirmou Eduardo, sinalizando que permanecerá fora do país por tempo indeterminado. (Interiorano)


FONTE: @reportergarciajunior
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