Em dois anos, 42 policiais na Bahia foram presos sendo 37 PMs, 4 penais e 1 policial civil

O crescimento das prisões reflete o envolvimento de policiais com atividades ilícitas e o fortalecimento das investigações por parte do Ministério Público.

Por Garcia Junior - Interiorano
30/01/2025 09h15 - Atualizado há 11 horas
Em dois anos, 42 policiais na Bahia foram presos sendo 37 PMs, 4 penais e 1 policial civil
Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO
RESUMO RÁPIDO Na correria? Veja só o que você precisa saber em segundos!
LEIA JÁ! CLIQUE AQUI.

O Ministério Público da Bahia registrou a prisão de 42 policiais em 2023 e 2024, com a maioria sendo policiais militares. Operações como a Tápis e a Falta Grave desmantelaram grupos criminosos infiltrados nas forças de segurança. Especialistas apontam que esses casos podem ser resultado de maior envolvimento com facções criminosas ou melhorias nos processos correcionais. A falta de detalhes oficiais sobre as prisões levanta questionamentos sobre a extensão da corrupção nas corporações. (Interiorano)

Nos últimos dois anos, a Bahia vivenciou um aumento significativo no número de prisões de agentes de segurança, com 42 policiais sendo detidos em 2023 e 2024, segundo dados do Ministério Público da Bahia (MP-BA).

► Novidade:  faça parte do canal do Interiorano no WhatsApp (clicando aqui).

Entre os detidos, a maioria, 37, são policiais militares, e os demais incluem agentes da Polícia Penal e um policial civil. A maior parte das prisões ocorreu por meio de 18 operações direcionadas ao cumprimento de mandados contra esses agentes. No entanto, detalhes sobre as acusações, bem como os nomes dos detidos, não foram divulgados oficialmente.

A prática de corrupção e a infiltração de organizações criminosas dentro das corporações são apontadas como causas do aumento das prisões. Para o coronel reformado e especialista em segurança pública, Antônio Jorge Melo, existem dois perfis de policiais envolvidos em atividades ilícitas: os que são cooptados por facções criminosas e os que ultrapassam os limites da legalidade no combate ao crime organizado. Segundo ele, as forças de segurança têm sido alvo de tentativas de cooptação, com os criminosos buscando agentes para obter vantagens, como informações privilegiadas ou proteção.

 

LEIA TAMBÉM:

 

O especialista também destaca o risco inerente a essas infiltrações, um fenômeno crescente, não exclusivo da polícia, e que representa uma ameaça tanto para as instituições quanto para a sociedade. Além disso, o professor Horácio Nelson Hastenreiter, da UFBA, sugere que o aumento das prisões pode estar relacionado a três fatores: o crescimento da participação de policiais em atividades criminosas, a maior eficácia dos processos correcionais e a facilidade com que esses crimes estão sendo identificados.

A série de prisões foi impulsionada por investigações do MP-BA, que, em 2023, realizou diversas operações. A Operação Tápis, por exemplo, resultou na prisão de três PMs acusados de integrarem um grupo de extermínio, e a Operação Falta Grave levou à detenção de quatro policiais penais envolvidos em corrupção e extorsão. Em dezembro de 2023, operações simultâneas em Jequié e Ilhéus culminaram na prisão de policiais militares suspeitos de crimes como invasão de domicílios e execução de pessoas rendidas.

Embora as autoridades não tenham fornecido detalhes específicos sobre as acusações contra os policiais ou os resultados das investigações, é evidente que o MP-BA está intensificando suas ações contra a corrupção e o crime organizado nas forças de segurança, um passo crucial para restaurar a confiança da população nas instituições responsáveis pela proteção da ordem pública. (Interiorano)


FONTE: @reportergarciajunior
Fale com Interioano pelo Whatsapp
Atendimento
Queremos te ouvir! WhatsApp aberto para você.