O prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), liderou a articulação para que Wilson Cardoso (PSB) fosse candidato único à presidência da União dos Municípios da Bahia (UPB). O movimento contou com apoio de nomes do governo e da oposição, evidenciando a influência política do progressista. A ação fortalece seu nome para 2026, com possibilidade de integrar a chapa majoritária, seja como vice-governador ou senador. A decisão também evitou disputas internas e reforçou sua reaproximação com o PT, enquanto ACM Neto se afastou do gestor jequieense. (Interiorano)
A recente articulação política em torno da presidência da União dos Municípios da Bahia (UPB) revelou não apenas um novo líder à frente da entidade, mas também consolidou a influência crescente do prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), no cenário político baiano.
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Ao garantir que o prefeito de Andaraí, Wilson Cardoso (PSB), se tornasse candidato único, Cocá demonstrou habilidade na costura de alianças que extrapolam as barreiras partidárias.
O nome de Wilson Cardoso surgiu ainda em outubro de 2024, quando Zé Cocá, em entrevista ao Projeto Prisma, do Bahia Notícias, sugeriu sua candidatura. A proximidade entre os dois vem desde o período em que Cocá presidiu a UPB, relação que se manteve mesmo após o progressista romper com o governo do Estado, acompanhando o movimento do PP em 2022.
A articulação política liderada por Cocá garantiu rapidamente uma base sólida de apoio ao socialista, especialmente entre os prefeitos da região de Jequié, onde o progressista exerce influência direta. Além disso, ele trabalhou para dissipar resistências à candidatura de Wilson Cardoso dentro da oposição. O movimento ganhou ainda mais peso com a adesão de importantes siglas governistas, como PT, MDB e Avante, além do próprio PP.
Diante do avanço da candidatura de Wilson, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) interveio estrategicamente para evitar um embate interno dentro da base aliada. Na manhã de terça-feira (28), o petista convenceu o prefeito de Ituaçu, Phellipe Brito (PSD), a retirar sua candidatura, garantindo uma eleição por aclamação. A decisão de Jerônimo veio dias após um encontro com Zé Cocá, no qual foi manifestado interesse em contar com o prefeito de Jequié como um possível aliado em 2026, com perspectivas de ocupar uma vaga na chapa majoritária, seja como vice-governador ou suplente de senador.
O posicionamento de Zé Cocá no cenário político estadual desperta também interesse da oposição. O ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União), já declarou publicamente que Cocá poderia integrar a chapa oposicionista nas eleições de 2026, até mesmo como candidato a governador. No entanto, o distanciamento entre os dois após as eleições de 2022 fez com que Cocá se reaproximasse do PT, tornando-se um nome disputado pelos principais grupos políticos da Bahia.
O histórico de Zé Cocá na articulação de lideranças municipais já havia sido evidenciado anteriormente, quando ele conseguiu eleger Quinho (PSD) como seu sucessor na UPB, derrotando o nome apoiado pelo PT na ocasião. Agora, com a consolidação de Wilson Cardoso, sua influência entre os prefeitos e sua capacidade de articulação política ficam ainda mais evidentes, colocando seu nome no tabuleiro eleitoral de 2026 como uma peça-chave nas negociações futuras. (Interiorano)