O homem que mudou a história da canoagem ubatense sem nunca remar

relembre origem do projeto fundado por Marcão da Canoagem no ano 2000

Por Wesley Faustino
16/06/2025 12h10 - Atualizado há 6 horas
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A equipe de canoagem de Ubatã brilhou neste domingo (15) na segunda etapa do Campeonato Baiano de Canoagem Velocidade, conquistando três medalhas. O destaque reavivou a história de luta e superação iniciada em 2000 por Marcos Costa Lima, o Marcão da Canoagem, que fundou a Associação Ubatense e iniciou um projeto que levou o município ao cenário nacional e formou campeões. (Interiorano)

Na segunda etapa do Campeonato Baiano de Canoagem Velocidade, neste domingo (15), a equipe de Ubatã fez brilhar suas cores ao conquistar três medalhas: Adriely Viana garantiu o primeiro lugar na categoria C1 Sênior Feminino, enquanto Adalberto e Ruan se destacaram com o segundo e terceiro lugares, respectivamente, na categoria C1 Júnior.

No entanto, para entender o sucesso da canoagem ubatense nos dias de hoje, é preciso voltar ao ano 2000 e relembrar uma trajetória que mostrou que nem tudo era tão fácil quanto parece agora.Era o ano de 2000, um marco que daria início a uma trajetória inspiradora.

O jovem Marcos Costa Lima, hoje,  carinhosamente conhecido como Marcão da Canoagem, assistiu a uma etapa do Campeonato Brasileiro de Canoagem Velocidade em Ubaitaba. Nesse evento, ele teve a honra de conhecer Jeferson Lacerda, um renomado canoista e técnico da Seleção Brasileira. Essa amizade se tornaria a base de uma jornada que transformaria não apenas sua vida, mas toda a comunidade.

Com a orientação de Lacerda, Marcão fundou, em 13 de maio, a Associação Evangélica Ubatense de Canoagem(AUEC). Sua determinação o levou a viajar até Salvador, apenas com o dinheiro da passagem, onde encontrou apoio em Jorge Carvalho, dono da Fazenda Santa Helena, que gentilmente cedeu um espaço para abrigar os primeiros barcos - o depósitode cacau. Ali, nasceu um sonho que se tornaria realidade, com trinta atletas se inscrevendo para fazer parte dessa nova ideia, incluindo o campeão Mathias, hoje Policial Penitenciário em São Paulo.

O início não foi fácil, mas com a ajuda do amigo Lacerda, o atleta Pequeno de Ubaitaba foi indicado como treinador, e assim, o projeto começou a ganhar forma. Em 2003, um novo passo foi dado com o empréstimo de um terreno à beira do Rio de Contas, uma área da fazenda de Jorge Carvalho, onde se ergueu o "Centro de Canoagem de Ubatã", uma conquista que enchia Marcão de orgulho e que fazia Lacerda sorrir sempre que ouvia essa expressão.

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A perseverança de Marcão e sua equipe logo renderam frutos. Com a seleção para o projeto Rema Brasil, conseguiram sete barcos e o apoio da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa). Na primeira competição nacional, em Curitiba, o ubatense Alex conquistou uma medalha de prata, iniciando a saga vitoriosa da canoagem ubatense.

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Em 2003, Ubatã se tornou a sede da Seleção Brasileira de Canoagem Velocidade, um feito notável que foi possível graças ao esforço incansável de Marcão e ao apoio da prefeitura de Ubatã, da CBCa e da Federação Baiana de Canoagem(FBCa) e "não podemos esquecer de Lacerda que além de treinador, pagou por um ano o aluguel da casa que abrigava os jogadores", frisa Marcão. Embora a cidade de Curitiba tenha oferecido melhores condições posteriormente para abrigar a Seleção Brasileira,  a dedicação de Marcão e de todos os envolvidos foi fundamental para o crescimento da modalidade.

Em meio a desafios e dificuldades, como os tempos em que os atletas viajavam sem comida, surgiram novos talentos como Erlon e Robson, que em 2008 conquistaram o Campeonato Brasileiro de Canoagem, na modalidade C2. O relato à epoca de Erlon, que remava com medo do remo quebrar, ilustra a resiliência e a coragem que permeiam essa história.

Hoje, a canoagem ubatense deve muito a Marcão da Canoagem, um verdadeiro guerreiro que nunca se deixou abater pelas dificuldades. Sua perseverança e paixão pelo esporte levaram a equipe de Ubatã a conquistar destaque na seleção brasileira, com atletas olímpicos e campeões em diversas competições. Esta homenagem é um reconhecimento a um homem que, com coragem e determinação, moldou o futuro da canoagem na sua cidade, eternizando o seu legado nas águas do Rio de Contas.
 
Por Wesley Faustino é historiador, pesquisador sobre a história da formação do município de Ubatã -  politica e administrativa; autor do livro de contos contos " Causos imaginários e histórias que o vento não leva", especialista em Gestão Pública e Gestão Municipal e ex-vice-prefeito de Ubatã.
 


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