Maio é o Mês da Conscientização sobre a Saúde Mental Materna. Especialistas chamam atenção para os efeitos da sobrecarga emocional enfrentada por mães, principalmente no pós-parto, e defendem que cuidar da mulher é também cuidar da família.
Maio é o mês em que florescem homenagens às mães. É também o Mês da Conscientização sobre a Saúde Mental Materna — uma pauta essencial que, muitas vezes, ainda é silenciada. A maternidade é frequentemente retratada como sinônimo de plenitude e realização. No entanto, a realidade é que muitas mães enfrentam um cansaço que vai muito além do físico: trata-se da exaustão emocional invisível.
Essa sobrecarga está associada ao acúmulo de funções, à pressão para ser “boa mãe”, “boa esposa”, “boa profissional” — tudo isso sem pausas, sem redes de apoio consistentes e, muitas vezes, sem espaço para sentir ou desabafar. Segundo o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), uma em cada cinco mulheres sofre de transtornos mentais no período pós-parto. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também reconhece que a saúde mental materna impacta diretamente o desenvolvimento emocional e social dos filhos, além de influenciar significativamente a saúde global da mulher.
Do ponto de vista da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), é comum que mães, diante das demandas incessantes, desenvolvam pensamentos automáticos disfuncionais, como: “Se eu não der conta de tudo, sou uma mãe ruim” ou “Preciso estar disponível o tempo todo”. Esses pensamentos geram emoções como culpa, frustração e vergonha, levando a padrões de autossacrifício crônico. A TCC ensina a identificar essas distorções cognitivas, reavaliar crenças rígidas e construir estratégias de enfrentamento mais saudáveis — incluindo a validação do autocuidado como necessidade legítima e não como egoísmo.
CUIDAR DE QUEM CUIDA É UMA URGÊNCIA
A mãe real também sente, também chora, também se frustra — e tudo isso não a torna menos mãe. Pelo contrário: a torna humana. Precisamos desromantizar a ideia da mulher inquebrável. Falar sobre saúde mental materna é um ato de empatia, responsabilidade social e, sobretudo, amor.
FALANDO A VERDADE — ORIENTAÇÕES PRÁTICAS DA PSICÓLOGA
• Permita-se pausar: descanso não é luxo; é necessidade para a saúde emocional.
• Questione pensamentos exigentes: nem todo pensamento é um fator. Às vezes, você está se cobrando mais do que deveria.
• Fortaleça redes de apoio: conversar com alguém de confiança pode ser o primeiro passo para se sentir validada e acolhida.
• Peça ajuda profissional: a psicoterapia é um espaço seguro para reorganizar emoções, crenças e rotinas de maneira saudável.
UM CONVITE AO CUIDADO
Se você sente que a exaustão emocional tem afetado sua qualidade de vida, saiba que buscar ajuda é um ato de coragem, e não de fraqueza. O acompanhamento psicológico oferece um espaço acolhedor, livre de julgamentos, onde é possível trabalhar a construção de novas percepções e estratégias de enfrentamento mais leves e realistas. Cuidar de você é o primeiro passo para cuidar de quem você ama.