Dados do Censo Escolar 2024 revelam que mais da metade dos professores de Jitaúna, Barra do Rocha e outros 20 municípios baianos lecionam sem diploma de licenciatura ou bacharelado. A situação é mais grave na zona rural e expõe desafios para a qualidade da educação no estado. (Interiorano)
O Censo Escolar 2024, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), revelou um dado alarmante: em 22 municípios baianos, a maioria dos professores atua sem diploma de bacharelado ou licenciatura. Entre eles, destacam-se Jitaúna, onde 67,1% dos docentes não possuem formação superior adequada, e Barra do Rocha, com 50,1%.
✅ NOVIDADE: faça parte do canal do Interiorano no WhatsApp (clicando aqui).
Apesar de não possuírem graduação, muitos desses profissionais exercem a docência com base em cursos de formação para o magistério, realizados após o Ensino Médio. Contudo, o exercício da função sem a devida formação superior é considerado irregular pelas normas educacionais brasileiras.
O levantamento mostra ainda que a falta de formação adequada é mais expressiva nas zonas rurais. Enquanto 29,2% dos professores da área rural não têm diploma de ensino superior, nas áreas urbanas esse índice cai para 16,3%.
Ainda assim, o panorama estadual apresenta um quadro um pouco mais equilibrado: 65% dos professores do ensino fundamental possuem licenciatura ou bacharelado na área em que lecionam. Outros 25,7% têm diploma superior, mas em áreas distintas da disciplina que ensinam.
Confira os municípios com maior percentual de professores sem formação superior:
Jitaúna: 67,1%
Xique-Xique: 62,9%
Cansanção: 60,6%
Dário Meira: 60,5%
Casa Nova: 59,8%
Aramari: 57,6%
Banzaê: 56,4%
Nova Redenção: 56,2%
Heliópolis: 55,2%
Ipupiara: 54,8%
Fátima: 54,7%
Caturama: 53,7%
Ibicuí: 53,7%
Lapão: 53,7%
Elísio Medrado: 53,6%
Irajuba: 52,6%
Potiraguá: 52%
Maraú: 51,3%
Rio de Pires: 50,7%
Nilo Peçanha: 50,6%
Cícero Dantas: 50,5%
Barra do Rocha: 50,1%
O cenário aponta para a necessidade de investimentos em formação continuada e políticas públicas que garantam a qualificação dos profissionais da educação, especialmente nas regiões mais vulneráveis. (Interiorano)