A matéria recentemente veiculada do G1, embasada na pesquisa "Pele Alvo: A cor da violência policial", traz dados sobre o número de óbitos em ações policiais na Bahia. Contudo, é importante observar que o papel da polícia é garantir a segurança da população e responder a situações de risco iminente.
Os números apresentados podem ser interpretados de diversas maneiras. É notório o crescimento do índice de óbitos em ações policiais, porém, ao analisar a atuação das forças de segurança, é crucial considerar a complexidade dos desafios enfrentados no cotidiano, como o combate ao tráfico de drogas e a necessidade de preservação da ordem pública.
Na esteira da divulgação da pesquisa "Pele Alvo: A cor da violência policial" pela Rede de Observatórios da Segurança, a Bahia figura como o estado com maior número de óbitos em ações de agentes de segurança em 2022. Os dados apresentados suscitam um olhar crítico sobre a complexidade da segurança pública, apontando para um aumento de mortes decorrentes de intervenções policiais.
A pesquisa, que abrangeu outros sete estados, expôs um cenário: a cada 24 horas, quatro pessoas perdem a vida em confrontos envolvendo forças de segurança na Bahia. Tal estatística levanta questões sobre as políticas de segurança adotadas, especialmente quando analisada à luz do perfil das vítimas: predominantemente negras e jovens, com idades entre 18 e 29 anos.
Contudo, os números devem ser encarados com a devida ponderação. A atuação policial, muitas vezes, se encontra diante de situações extremas, como o combate ao tráfico de drogas, e precisa responder rapidamente a riscos iminentes à população. Os profissionais de segurança pública lidam com um ambiente hostil e demandas urgentes, onde a tomada de decisões deve ser ágil, priorizando a proteção da vida,
inclusive a própria. A utilização da força letal pela polícia é uma resposta a situações extremas e geralmente acontece em confrontos, em que os agentes se deparam com uma ameaça direta à segurança pública.
Nesse contexto, é imprescindível considerar que o crescimento desses índices reflete não apenas a dinâmica policial, mas também questões estruturais mais amplas, como a desigualdade social e o acesso limitado a oportunidades para jovens negros.
Os especialistas, apontam para a necessidade de investimento em políticas públicas que promovam direitos, educação, saúde, emprego e renda, buscando oferecer alternativas e oportunidades para mudar a realidade de muitos jovens vulneráveis que são recrutados pelas facções criminosas no estado.