Bahia lidera afastamentos do trabalho por ansiedade e depressão no Nordeste
Estado registrou mais de 7,8 mil licenças médicas em 2024; mulheres são as mais afetadas
Foto: Metropress/Filipe Luiz
A Bahia registrou o maior número de afastamentos do mercado de trabalho por transtornos mentais em todo o Nordeste em 2024. Segundo dados do Ministério da Previdência, foram concedidas 4.517 licenças médicas por ansiedade (CID F41) e 3.313 por depressão (CID F32) no estado, colocando-o na oitava posição no ranking nacional.
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Os números fazem parte de um levantamento exclusivo publicado pelo g1, que revelou um recorde de 472.328 afastamentos por transtornos mentais no Brasil – o maior índice desde 2014 e um aumento de 68% em comparação com anos anteriores. O levantamento mostrou que 64% dos afastamentos registrados pelo INSS em 2024 foram de trabalhadoras, com idade média de 41 anos.
Além da ansiedade e da depressão, outros transtornos levaram ao afastamento de milhares de trabalhadores na Bahia. Os mais comuns foram:
⛔ Depressão recorrente (CID F33) – 1.701 casos
⛔ Transtorno bipolar (CID F31) – 1.494 casos
⛔ Esquizofrenia (CID F20) – 998 casos
⛔ Transtornos relacionados ao estresse (CID F43) – 575 casos
⭕Outras condições, como vício em drogas (CID F19) e alcoolismo (CID F10), também aparecem no levantamento, com 436 e 321 afastamentos, respectivamente.
Psiquiatras e psicólogos entrevistados apontaram que a alta no número de afastamentos tem relação direta com fatores como insegurança financeira, precarização do trabalho e as sequelas da pandemia de Covid-19. Além disso, as mulheres continuam sendo as mais atingidas, passando, em média, três meses afastadas, recebendo cerca de R$ 1,9 mil pelo INSS.
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Diante do aumento expressivo de licenças médicas, o governo federal atualizou a Norma Regulamentadora nº 1, que trata da saúde no ambiente de trabalho. Com isso, o Ministério do Trabalho agora fiscaliza os chamados "riscos psicossociais", como metas excessivas, jornadas abusivas e assédio moral. Empresas que não garantirem condições adequadas podem ser multadas.
Por ora, o avanço das fiscalizações e o crescimento no número de pessoas que buscam tratamento são vistos como sinais positivos por especialistas.(Interiorano)