O Dia Internacional da Mulher celebra conquistas históricas e homenageia aquelas que marcaram época. Em Ubatã, nomes como Enoe Ribeiro, Amanda Azevedo e Lorrane Santos representam a força feminina na política, educação e esporte. Desde as primeiras professoras até as jovens atletas da canoagem, a trajetória das mulheres no município é marcada por pioneirismo e superação. (Interiorano)
No dia 8 de março, a gente comemora o Dia Internacional da Mulher, uma data que a ONU reconhece desde 1975. Essa data é especial, cheia de homenagens e reflexões, lembrando as grandes manifestações de 1908 em Nova York, quando milhares de mulheres saíram às ruas pedindo melhores condições de trabalho, salários justos e o direito de votar.
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No Brasil, o Rio Grande do Norte foi pioneiro, sendo o primeiro estado a garantir o voto às mulheres. Em 1927, uma lei estadual disse que “no Rio Grande do Norte, todos os cidadãos que atendem aos requisitos podem votar e ser votados, sem distinção de sexo”. Assim, em 1928, várias mulheres de Natal, Mossoró, Açari e Apodi se registraram como eleitoras. E não parou por aí: em 1929, o estado elegeu a primeira prefeita do Brasil, Luiza Alzira Teixeira Soriano, na cidade de Lages, um marco que já tem 97 anos!
Mas foi só em 1932 que as mulheres puderam votar e ser votadas oficialmente, com a aprovação do Código Eleitoral. Em Ubatã, a história política das mulheres começou com Enoe Ribeiro, a primeira mulher a sentar na cadeira de vereadora, uma estudante do Colégio Estadual de Ubatã, que se tornou 3ª suplente nas eleições de 1972 e assumiu a cadeira em 1975. Desde então, mais nove mulheres foram vereadoras e duas se tornaram prefeitas.
Mas as conquistas das mulheres de Ubatã não param na política! Nos anos 50, Amanda Azevedo foi a primeira professora nomeada, logo em março de 1955, quando o sistema educacional ubatense começou. Outras professoras também merecem destaque, como Helena Maria Costa Araujo, Heroilma Ferreira Tosta, Geraldina Dinah Amorim dos Santos, Jandira Silva e Silva e Eunice Pereira Miranda Guimarães, que foram as primeiras a lecionar no Ginásio de Ubatã, inaugurado em 1962.
Além delas, Carmem Rocha e Silva, junto com Jandira Silva e Silva e Eunice Pereira de Miranda Guimarães foram fundamentais na organização do corpo docente do ginásio em 1961. Não podemos esquecer das pioneiras em Ubatã na área de hospedagem, as pensões de dona Antoninha e dona Agapita e de dona Leonice Cabral Tavares (dona Nini), primeira Agente Postal dos Correios e Telégrafos em 1955.
E ainda temos outras mulheres incríveis, como a ex-vereadora Lúcia Helena Ribeiro, que foi a primeira ubatense Promotora de Justiça do Estado da Bahia(TJBa), e Arlete Faustino, a primeira ubatense a se formar em medicina. Nos dias de hoje, as meninas da canoagem, como Lorrane Santos e Adriely Viana que brilham no Brasil e no mundo, representando a seleção brasileira e merecem homenagens.
Enfim, prestamos nossas homenagens a todas as mulheres de Ubatã, desde as antigas parteiras e benzedeiras até as costureiras, agricultoras, a exemplo de dona Maria de Bitoco, lá a região do Ribeirão dos Veados, no alto dos seus 107 anos de idade; às donas de casa e profissionais da limpeza, médicas, advogadas, professoras etc Enfim, a todas as mulheres de Ubatã, da Bahia, do Brasil e do mundo, que lutam e fazem a diferença todos os dias!
Por Wesley Faustino: pesquisador, historiador, escritor do livro de contos "Causos imaginários e histórias que o vento não o leva, host do PodCastdoChefe, especialista em Gestão Publica e Gestão Municipal e ex-vice-prefeito de Ubatã.