Na madrugada desta sexta-feira (14), moradores do distrito de Camamuzinho, em Ibirapitanga, relataram diversos disparos de arma de fogo. O repórter Garcia Jr. constatou a presença de inúmeras cápsulas no chão, indícios de um conflito entre as facções do Comando Vermelho (CV) e do Primeiro Comando da Capital (PCC). O episódio, que ocorre após uma tentativa de homicídio próxima ao local em 22 de janeiro, ganha contornos ainda mais complexos com a recente trégua firmada entre Marco Willian Herbas Camacho (Marcola) e Márcio dos Santos Nepomuceno (Marcinho VP), visando flexibilizar o sistema penitenciário e atuar conjuntamente nas rotas de tráfico. Apesar do acordo, a tensão persiste na região, e a violência pode ser freada nos próximos dias caso a trégua se consolide. (Interiorano)
Na madrugada desta sexta-feira, 14, o distrito de Camamuzinho, em Ibirapitanga, foi palco de intensos disparos de arma de fogo, conforme relatos de moradores. O repórter Garcia Jr. esteve no local e observou diversas cápsulas espalhadas pelo chão, sinal claro de um conflito que, segundo investigações preliminares, estaria relacionado à disputa territorial entre as facções do Comando Vermelho (CV) e do Primeiro Comando da Capital (PCC).
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Especialistas apontam que, nos últimos anos, a violência entre essas facções tem se intensificado em regiões estratégicas, como a Bahia. O incidente atual não é isolado: recentemente, em 22 de janeiro, uma tentativa de homicídio próxima ao local reforçou o clima de instabilidade e tensão que permeia a região.
Em meio a esse cenário, informações recentes indicam que os dois maiores líderes das facções, Marco Willian Herbas Camacho, conhecido como Marcola, e Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, firmaram uma trégua. Este acordo, que visa flexibilizar as restrições do sistema penitenciário federal – onde ambos estão detidos há anos – e promover uma atuação conjunta nas principais rotas de tráfico de cocaína, tem como foco a rota caipira, que se estende desde a Bolívia, passando por municípios paulistas até o porto de Santos, e a rota do Solimões, na Floresta Amazônica, tradicionalmente dominada pelo CV.
Apesar do acordo de trégua, a disputa pelo controle dos territórios permanece, impulsionada pelo projeto de expansão do PCC para alcançar todos os estados brasileiros, o que tem entrado em choque com os interesses dos criminosos locais e do CV. Essa rivalidade tem se manifestado de forma violenta, inclusive por meio de confrontos armados e massacres ocorridos em presídios.
O episódio registrado na madrugada desta sexta-feira pode ser um indicativo de que, mesmo com a trégua, a violência ainda persiste em áreas estratégicas. Caso o acordo seja efetivamente implementado e se consolide na Bahia, a expectativa é que a onda de confrontos seja contida nos próximos dias. Entretanto, enquanto as negociações não resultam em uma paz duradoura, a população de Camamuzinho e de outros bairros vulneráveis continua exposta aos riscos decorrentes dessa disputa entre o PCC e o CV.
Enquanto isso, a trégua entre Marcola e Marcinho VP representa um possível marco de redução dos confrontos, mas sua implementação completa e efetiva ainda depende de uma série de fatores políticos e operacionais no cenário do narcotráfico nacional. (Interiorano)