A Polícia Federal indiciou nesta quarta-feira (20) o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por tentativa de obstrução de Justiça no inquérito que apura a trama golpista de 2023. A investigação identificou áudios e mensagens que reforçam articulações para intimidar autoridades e interferir nas apurações. O pastor Silas Malafaia foi alvo de busca e apreensão e teve o passaporte retido. (Interiorano)
A Polícia Federal (PF) indiciou, nesta quarta-feira (20), o ex-presidente Jair Bolsonaro e o filho dele, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por tentativa de obstrução de Justiça nas investigações sobre a tentativa de golpe de Estado.
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A decisão consta de relatório encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e inclui ainda medidas contra o pastor Silas Malafaia, que teve o celular apreendido, foi alvo de mandado de busca pessoal e de retenção de passaporte.
Segundo a PF, a apreensão de materiais revelou áudios e mensagens apagadas do celular de Jair Bolsonaro, trocados com Malafaia e Eduardo. Esses registros reforçariam as tentativas de articular formas de intimidar autoridades brasileiras e atrapalhar inquéritos em andamento.
O relatório também aponta que Bolsonaro discutiu com aliados a possibilidade de um pedido de asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei. Malafaia, que retornou ao Brasil nesta quarta-feira vindo de Lisboa, foi abordado no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e conduzido para depor na sede da Polícia Federal.
O inquérito foi aberto em maio, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que já havia identificado a atuação de Eduardo Bolsonaro em contatos com autoridades dos Estados Unidos para pressionar por sanções contra ministros do STF.
Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar por descumprimento de ordens judiciais, segue como principal investigado na tentativa de golpe. Em julho, o ministro Alexandre de Moraes prorrogou o prazo da apuração por mais 60 dias para permitir novas diligências. (Interiorano)