No último domingo (8), a Seleção de Ubatã derrotou Serrinha por 3 a 1 e avançou na Copa Intervale. A vitória foi simbólica: em 1978, um time ubatense, com o nome Palmeiras, perdeu a final do Interclubes para Serrinha sob forte hostilidade. O triunfo atual foi visto como uma revanche histórica. (Interiorano)
No domingo (8), o time de Ubatã, competindo pela Copa Intervale, finalmente vingou o Palmeiras de Ubatã, que na verdade era a seleção ubatense jogando com esse nome, 47 anos depois da fatídica partida.
Lá em 1978, na época do campeonato Interclubes – que depois virou o Intermunicipal, considerado o maior campeonato amador do mundo – Ubatã estava na final, representado pelo Palmeiras, um time da avenida Marinalva, fundado por Messias da Chesf.
A equipe de Ubatã mandava seus jogos na cidade de Valença, onde venceu Serrinha na primeira partida por 2 a 1. Mas no segundo jogo, em Serrinha, a situação ficou tensa. A galera da casa foi bem hostil, desde a chegada da equipe na cidade, durante o jogo e no término a equipe saiu da cidade escoltada pela policia.
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Ubatã (Palmeiras) perdeu o jogo por 3 a 1, e tornou-se vice-campeão do Interclubes. Roberto Pereira, o lateral direito da equipe, lembra bem do clima pesado:
"Quando entramos no estádio, fomos xingados, apedrejados e ainda jogaram um pó em cima da gente, que depois descobrimos que era BHC."
A equipe contava com outros jogadores como João Mamão, Tututa, Zé Nea, Tilinha, Bita, Ton, Joildo, Xunda, Gezo Mier, Dudu de Aldo, Nil, Cacareco, Juquinha, Juracy e mais outros, o técnico era Mauro Dias e a Comissão Técnica João de Dona e Almenisio Braga Lopes (Miu). Falando em BHC, ele é um produto químico que foi muito usado como inseticida na agricultura, mas que acabou sendo proibido em muitos países, incluindo o Brasil, desde 1985,por ser tóxico aos seres humanos e ao meio ambiente.
O time de Serrinha, nesta domingo, jogou com muita agressividade e, ainda no primeiro tempo, um jogador que estava no banco agrediu um atleta de Ubatã, gerando um grande tumulto. No fim das contas, Ubatã conseguiu dar a volta por cima 47 anos depois.
Por Wesley Faustino é historiador, pesquisador sobre a história da formação do município de Ubatã - politica e administrativa; autor do livro de contos contos " Causos imaginários e histórias que o vento não leva", especialista em Gestão Pública e Gestão Municipal e ex-vice-prefeito de Ubatã.