Carlo Ancelotti inicia oficialmente sua trajetória como técnico da Seleção Brasileira nesta segunda-feira (26), quando anunciará os 23 convocados para a próxima Data FIFA. O treinador comandará seu primeiro treino em 2 de junho, no CT do Corinthians, e estreia contra o Equador no dia 5, em Guayaquil. (Interiorano)
A chegada do novo técnico da Seleção Brasileira, Carlo Ancelotti, gerou muita expectativa nos torcedores brasileiros. Hoje, segunda-feira (26), Ancelotti anunciou os 23 convocados para a próxima Data FIFA. Após esta convocação, sua agenda no Brasil já possui um cronograma definido: no dia 1º de junho, ele embarca rumo a São Paulo para iniciar a preparação para sua estreia à frente da Seleção Brasileira.
O primeiro treino sob sua direção está agendado para o dia 2 de junho, no Centro de Treinamento Joaquim Grava, do Corinthians. Três dias depois, Ancelotti dará início à sua trajetória como treinador da Seleção Brasileira em uma partida contra o Equador, que ocorrerá em Guayaquil e é válida pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
É importante ressaltar que Ancelotti não é o primeiro estrangeiro a comandar a Seleção Brasileira. Desde a sua criação, a equipe teve 36 treinadores efetivos e 19 interinos, entre os quais três não são nativos do Brasil: o uruguaio Ramón Platero, o português Joreca e o argentino Filpo Nuñez.
Ramón Platero, campeão sul-americano pelo Uruguai em 1917, chegou ao Brasil em 1919, inicialmente para atuar no futebol de clubes. Comandou o Fluminense, conquistando o Campeonato Carioca, e posteriormente dirigiu o Flamengo e o Vasco, onde obteve o bicampeonato estadual em 1923 e 1924. Sua breve passagem pela Seleção Brasileira ocorreu no Sul-Americano de 1925, onde, em apenas 19 dias, dirigiu a equipe em quatro partidas, vencendo duas contra o Paraguai, mas sofrendo uma derrota de 4 a 1 para a Argentina e um empate que resultou na eliminação da competição. Após sua experiência na seleção, Platero retornou ao trabalho em clubes, treinando equipes como Botafogo, Santos e São Paulo, seu último clube, em 1940.
Joreca, José Gomes de Lima, primeiro europeu a assumir a função de treinador da Seleção Brasileira, teve uma trajetória multifacetada antes de sua nomeação. Atuou como jornalista, radialista, formou-se em Educação Física e trabalhou como árbitro. Como técnico, destacou-se no São Paulo, conquistando três títulos do Campeonato Paulista (1943, 1945 e 1946). Durante sua carreira, foi convidado para co-dirigir a seleção ao lado de Flávio Costa, representando o estado de São Paulo. A dupla teve sucesso em dois amistosos contra o Uruguai, em maio de 1944, vencendo por 6 a 1 e 4 a 0, em jogos realizados nos estádios São Januário e Pacaembu. Após sua passagem pela seleção, Joreca treinou o Corinthians, onde permaneceu até falecer em 1949 devido a um ataque cardíaco.
A passagem mais breve de um treinador estrangeiro pela Seleção Brasileira ocorreu em 1965, quando a antiga Confederação Brasileira de Desportos (CBD) decidiu que o Palmeiras representaria o Brasil em um amistoso contra o Uruguai, na inauguração do Mineirão, em Belo Horizonte. O técnico Filpo Nuñez, à época comandante do Palmeiras, foi designado para o cargo e obteve uma vitória convincente de 3 a 0, com gols de Rinaldo, Tupãzinho e Germano. Além de sua breve experiência na seleção, Filpo Nuñez construiu uma carreira extensa no futebol brasileiro, passando por clubes como Cruzeiro, Guarani, Vasco, Corinthians, Coritiba e Portuguesa, além de equipes menores como Inter de Limeira, Francana, Operário-MS, Araçatuba, Marília e Uberaba.
Este histórico evidencia a rica tradição de treinadores estrangeiros na Seleção Brasileira, que, ao longo dos anos, contribuiu para a evolução do futebol no país e para a construção de uma identidade esportiva singular.
Por Wesley Faustino é historiador, pesquisador sobre a história da formação do município de Ubatã - politica e administrativa; autor do livro de contos contos " Causos imaginários e histórias que o vento não leva", especialista em Gestão Pública e Gestão Municipal e ex-vice-prefeito de Ubatã.