15/11/2024 às 20h40min - Atualizada em 16/11/2024 às 00h00min

G20 Social: Brasil propõe novo ODS pela igualdade étnico-racial

Indicador fará parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Nova meta global é justificada pela necessidade de enfrentar o racismo estrutural, tido como um dos principais problemas de desenvolvimento do mundo.

Agencia Brasil
https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2024-11/g20-social-brasil-propoe-novo-ods-pela-igualdade-etnico-racial



O governo federal apresentou nesta sexta-feira (15), no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, a adoção voluntária de um 18º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) dedicado à igualdade étnico-racial. Ele está inserido no contexto da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU), que tem oficialmente 17 ODS.



A criação de uma nova meta global é justificada pela necessidade de enfrentar o racismo estrutural, tido como um dos principais problemas de desenvolvimento do mundo. A ação busca promover um desenvolvimento sustentável inclusivo para pessoas de todas as raças e etnias.



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O evento, que integra a programação do G20 Social, teve a presença de autoridades do governo, representantes da ONU no Brasil e membros da sociedade civil organizada. Também foi lançada a Cartilha "Agenda 2030 e os ODS ao seu alcance", para deixar o público mais familiarizado com a Agenda 2030.




Rio de Janeiro (RJ) 15/11/2024 - As ministras da Igualdade Racial, Anielle Franco, e dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, no Lançamento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável ODS 18 - Igualdade Étnico-Racial, no G20 Social, no Museu do Amanhã. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Rio de Janeiro (RJ) 15/11/2024 - As ministras da Igualdade Racial, Anielle Franco, e dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, no Lançamento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável ODS 18 - Igualdade Étnico-Racial, no G20 Social, no Museu do Amanhã. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil




Rio de Janeiro (RJ) 15/11/2024 - As ministras Anielle Franco e Sônia Guajajara no lançamento do ODS 18 - Igualdade Étnico-Racial. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil



Segundo os organizadores, a Agenda 2030 deve ser vista como ferramenta social e política na luta contra as desigualdades, com efeitos e transformações duradouros.



"Precisamos pensar na construção de um mundo que nos respeite, que não nos violente, nem nos mate. Por isso, a resistência é tão importante. Temos que combater a intolerância religiosa, o racismo e todo tipo de violência que atinge quilombolas e o povo preto. Pensar em coordenadas dentro desse lugar é fazer com que não abramos mais os jornais e vejamos negros ou indígenas assassinados", disse a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial.



"O ODS vai promover debates estruturais que o mundo precisa reconhecer e valorizar. Povos indígenas, população negra, cada um tem sua realidade e estilo de vida. Que a partir desse ODS possamos discutir e enfrentar os problemas. Temos leis, mas elas não garantem espaço e presença real. Não vamos lutar apenas com debates e leis. Temos que implementar as mudanças", afirmou Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas.



A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, comparou em termos de importância o lançamento do ODS 18 com a Lei 10.639, de 2003, que tratou da obrigatoriedade do ensino da cultura afro-brasileira.



Para ela, propostas, programas e leis são o passo inicial para promover mudanças concretas na sociedade.



"Muitas vezes, as pessoas não entendem a importância desses marcos formativos. Mas nossas lutas, dores e desafios nunca estiveram inscritos. E é tarefa dos governos, do campo democrático popular e do movimento negro ocupar esses lugares e falar das coisas que precisam ser ditas", disse Macaé Evaristo.



"Precisamos falar como o racismo é estruturante das desigualdades do mundo. Ele é usado para produzir hierarquias. O ODS vem para levar esse debate dentro da democracia e do multilateralismo", acrescentou.




Rio de Janeiro (RJ) 15/11/2024 - A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, no Lançamento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável ODS 18 - Igualdade Étnico-Racial, no G20 Social, no Museu do Amanhã. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Rio de Janeiro (RJ) 15/11/2024 - A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, no Lançamento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável ODS 18 - Igualdade Étnico-Racial, no G20 Social, no Museu do Amanhã. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil




Rio de Janeiro (RJ) 15/11/2024 - A ministra Macaé Evaristo no lançamento do ODS 18 - Igualdade Étnico-Racial. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil



O lançamento do ODS 18 teve a participação de Nokukhanya Jele, assessora especial da Presidência da República da África do Sul, próximo país a assumir a liderança do G20. Ela elogiou a iniciativa do Brasil de propor uma meta global voltada especificamente para o combate às desigualdades no mundo.



"A decisão do Brasil de ter um ODS sobre igualdade racial é fantástica. Ele trata de uma questão que permanece um desafio contemporâneo, que ultrapassa todas as áreas da nossa sociedade. É um problema global", disse Nokukhanya Jele.



"Toda a humanidade deve estar igualmente ofendida em relação ao racismo. E precisamos responder com firmeza sempre que tivermos episódios racistas em toda a parte do mundo. Gostaria de agradecer ao Brasil por ter o ODS 18, porque isso vai nos ajudar a alcançar os nossos objetivos".



Outros representantes do governo presentes no evento foram a primeira-dama Janja Lula da Silva, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, o ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, representantes dos ministérios do Desenvolvimento Agrário e do Meio Ambiente, e o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri.



Por Agencia Brasil



Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2024-11/g20-social-brasil-propoe-novo-ods-pela-igualdade-etnico-racial

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