Edson Neves da Silva, respeitado advogado e empresário, natural de Montes Claros, Minas Gerais, fez um importante anúncio político que reverberou na cidade de Ubatã. Ele confirmou sua pré-candidatura à prefeitura nas eleições de 2024, lançando-se novamente na arena política após um notável hiato de 30 anos.
Este movimento, juntamente com a disposição do ex-presidente da Câmara de Vereadores de Ubatã, Cesar Salles, atualmente sem mandato, e a expectativa natural de que o atual prefeito Tinho do Vale possa figurar como opção para a continuidade do projeto, está conferindo contornos interessantes ao tabuleiro eleitoral da cidade.
O que chama particular atenção nesse cenário é o fato de que, apesar de Edson Neves ser uma figura conhecida na cidade e ter até mesmo uma projeção estadual, sua última vitória em eleições, respaldada pela soberania do voto popular, remonta a 30 anos atrás. Esse período de três décadas de ausência de conquistas eleitorais é marcado por reviravoltas na gestão municipal de Ubatã, com 14 mudanças de prefeitos em um contexto de turbulências políticas.
Essa sequência de alternâncias teve início em 10 de maio de 2010, quando Agilson Muniz foi cassado, alegadamente por abuso de poder econômico e compra de votos. Edson Neves, o segundo colocado nas eleições, assumiu o cargo no dia seguinte. No entanto, esse reinado foi breve, pois em junho do mesmo ano, a presidente da Câmara de Vereadores, Cássia Mascarenhas, ocupou o cargo por três dias, após o que Edson Neves retornou. Posteriormente, Agilson Muniz reassumiu a prefeitura por determinação do Tribunal Regional Eleitoral, mas as trocas de gestores não cessaram.
Em sua última incursão eleitoral em 2020, Edson Neves alcançou o terceiro lugar, obtendo 6,93% dos votos válidos, o que representou 622 votos. Essa votação se distanciou consideravelmente do segundo colocado, que angariou 18,25% dos votos, e, mais notavelmente, do prefeito eleito naquela ocasião, Tinho do Vale, que conquistou 5.286 votos.
Em 2016, o Dr. Edson Neves optou por desistir da candidatura. Naquele ano, Simeia Queiroz foi reeleita com 5.461 votos, correspondendo a 56,14% da preferência do eleitorado. O ano de 2012 ficou registrado na história de Ubatã pela acirrada disputa entre Simeia Queiroz e Rosana de Dai, com apenas 16 votos de diferença. Simeia tornou-se a primeira mulher a governar Ubatã, enquanto Edson Neves conquistou 548 votos, equivalentes a 6,17% dos votos válidos.
Nos anos anteriores, Edson Neves enfrentou uma série de derrotas eleitorais, perdendo em 2008 para Agilson Muniz, em 2004 para Dai da Caixa e em 2000 movamente para Dai, ficando à frente de Androsil, Almenisio Braga Lopes, Paulo Cabral e João Miranda Neto. Sua última vitória democrática aconteceu em 1992, quando foi eleito prefeito com uma expressiva votação de 6.787 votos válidos.
Essa longa lacuna de 30 anos desde sua última vitória nas urnas representa um desafio significativo para Edson Neves, considerando também a redução de 6.165 eleitores em relação a 1993, quando assumiu o governo municipal. Atualmente, o município conta com um eleitorado de 11.931 aptos a votar. Agora, a reflexão do Dr. Edson Neves deve estar voltada para garantir uma vitória em 2024, após mais de uma década sem alcançar pelo menos a segunda colocação nas eleições.
Vale ressaltar que, na época de seu último mandato em 1993-1996, Edson Neves estava filiado ao PFL (Partido da Frente Liberal). Além disso, ele também ocupou a posição de suplente de deputado estadual pelo PFL no período de 1991-1995, assumindo o mandato de setembro de 1991 a fevereiro de 1992, em substituição ao deputado Luís Braga. (Interiorano)