19/09/2023 às 22h46min - Atualizada em 19/09/2023 às 22h46min
Juiz exige explicações sobre compra de novo avião presidencial
Magistrado concede prazo de cinco dias para o Palácio do Planalto justificar interesse em aeronave que pode custar mais de R$400 milhões
Por Garcia Junior - Interiorano
www.interiorano.com.br
O Juiz Marllon Sousa, titular da 7ª Vara Federal do Distrito Federal, emitiu uma decisão que exige que o governo federal forneça esclarecimentos sobre o interesse do Palácio do Planalto na compra de um novo avião presidencial, cujo valor pode ultrapassar a marca de R$400 milhões.
A solicitação surgiu após o Ministério da Defesa entregar ao Planalto um estudo elaborado pela Força Aérea Brasileira (FAB) em resposta ao pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que manifestou o desejo de substituir o atual avião presidencial, conhecido como "Aerolula", por uma aeronave mais confortável.
O atual avião presidencial foi adquirido em abril de 2004 e entregue ao governo brasileiro durante o primeiro mandato de Lula (2003-2011). A compra do avião foi justificada com o objetivo de reduzir os custos com fretamentos, que eram elevados devido ao uso dos chamados "Sucatões", aeronaves antigas utilizadas anteriormente para transporte presidencial.
O "Aerolula" é composto por três seções: uma principal, com cerca de 10 assentos de classe executiva; uma sala intermediária com mesa central; e uma seção traseira com mais 40 assentos semelhantes aos de voos comerciais. Além disso, a aeronave conta com um escritório privativo, sala de reuniões, escritório de segurança e um dormitório para o casal presidencial.
O estudo da FAB sugere que a opção mais econômica para substituir a aeronave custaria entre US$70 milhões e US$80 milhões, o equivalente a quase R$400 milhões. Parlamentares da oposição argumentam que a compra de um novo avião presidencial em meio à crise financeira representa um "grave dano ao dinheiro público", desvio de finalidade e afronta à moralidade.
O deputado federal Luciano Zucco (Republicanos-RS) destacou que o Brasil enfrenta sérios problemas financeiros e não pode se dar ao luxo de gastar recursos dos contribuintes em "caprichos do casal Lula e Janja". Ele ressaltou a existência de inúmeras prioridades no país, como apoio aos municípios, programas sociais, investimentos em infraestrutura e socorro às áreas afetadas por desastres, como as inundações no Rio Grande do Sul, que já resultaram em 48 mortes. (Interiorano)